Formado em 1969, homônimo da famosa Genesis inglesa e vezes confundida com a colombiana Genesis, contava com Eduardo Patrón nos vocais e percurssão, Rubem Laborde na gitarra e vocais, Jorge Silva na girarra e voz, Carlos Souza no baixo e Yamandú Pérez na bateria e percussão.
Gravou diversos compactos e um grandioso disco em 1972, o homônimo Genesis.
A maioria das composições pertencem a Jorge Silva que demonstra em suas músicas maestria na guitarra, limpa e algumas vezes com fuzz e distorção, muito bem acompanhado com o rítmico de Laborde e uma base destacada no trabalho de bateria de Yamandú Pérez.
A voz de Patrón, que colabora em algumas composições, tem um timbre peculiar que torna inconfundivelmente Uruguaya.
Um Rock energético mesclando psicodelia, jazz e Candonbe, ritmo Uruguayo que mistura canto, dança e o batuque dos instrumentos consagrados.
Na reedição de seu LP em CD foram inclusas quatro músicas que sairam em compacto, com Héctor Mosquera no baixo e um som mais agressivo e quatro músicas posteriores, entre 1975 e 1976 com uma formação bem diferente. Onde apenas Silva e Laborde permanecem, eles incorporam teclado e mais sutileza, porém com a perda dos vocais de Patrón.
No entanto o legado do Genesis Uruguayo deixado por esse disco é grandioso e inpirador, aquele tipico disco de se escutar e viajar nos seus ritmos e solos como no de Solo Voi Despertando e também na Ya, sem falar na progressiva Cuerpo.
O Festival de Piedra Roja, conhecido inicialmente como "Festival de Los Domínicos", foi o momento em que a sub-cultura juvenil se transformou num tema público a transcender aos meios de comunicação que se deram conta de uma sub-cultura juvenil que comungava com o rock, o amor livre e a Marijuana no contexto dos adolescente dos bairros abastados da capital Chilena.
O antecedente direto deste festival foi a apresentação em 1970, do filme sobre o Festival de Woodstock, realizado em agosto de 1969 nos Estados Unidos. O vídeo gerou um modelo em que alguns jovens se viram refletidos, o que motivou a organização de um festival similar, porem em Santiago no Chile, que aconteceu entre 10 e 12 de outubro de 1970. Seus organizadores foram jovens entre 15 e 19 anos, e aconteceu num terreno conhecido como Piedra Roja, propriedade de Luis Rosselot no setor oriental de Santiago. Participaram, dentre outros grupos, Aguaturbia, Los Blops, Lágrima Seca e Los Jaivas.
En um tempo submetido por jovens idealizados por movimentos d esquerda e de direita, Piedra Roja representou uma alternativa disruptiva na altamente politizada sociedade chilena da década de 70.
Foram anunciadas apresentações dos expoentes da cena da Nueva Canción Chilena, movimento que mesclava temas folclóricos andinos com Rock, como Los Jaivas, Lágrima Seca, Los Trapos e Los Blops, porém o certo é que, por conta do que se especulava, outros artistas como Eduardo Gatti (Los Blops) e o grupo Aguaturbia não tocaram naqueles dias devido a desordem que havia se instaurado no local.
"Porem nós não Tocamos, Muito bela a iniciativa. Nos convidaram, porem chegamos lá e o caos era tremendo. Todos queriam tocar. Devido a isso algumas bandas ficaram até duas horas no palco. Incluindo Eduardo Gatti subiu ao palco e não pode tocar" Denise, vocalista do Aguaturbia
Não existem registros musicais do lendário festival musical, porem o impacto de centenas de jovens reunidos criando seu proprio espaço fora da ordem política, ideológica e econômica da sociedade daquela época perdurou por décadas. De fato, nem mesmo os proprios artistas sabem realmente quem se apresentou, nem as músicas executadas.
"Piedra Roja é um mito, porem sequem me lembro ao certo de que tocamos, nem quanto tempo tocamos. É verdade que tocamos no Piedra Roja e foi um evento que marcou um momento, porem a importância é de telo feito, porque não me recordo quais grupos tocaram, nem sequer me lembro do que nós tocamos, eu sei que fizemos as mais puras improvisações pois era esse era o tempo."
Claudio Parra, pianista dos Los Jaivas Apresentação dos Los Jaivas
A iniciativa causou mais polemicas que as esperadas, começando por ordens dos Carabineros de Chile para desocupar o lugar, devido a ingestão de alcool na preseça de menores. Também a Câmara de Deputados Chilena fez um informe sobre a situação da juventude chilena, informando sobre os problemas de organização derivados de disturbios com o volume , excessos e certo nível de delinqüência que atraiu a atenção dos meios de comunicação de massa, particularmente da imprensa escrita. Desde este momento, a juventude constituiu um segmento social com identidade e expressão própria, ao que havia, que ser prestada atenção. Havia uma realidade no Chile que não tinha que ver diretamente com a contingência política, tão aguçada naquele momento.
Piedra Roja não foi o primeiro, nem o último dos concertos em massa de rock, porém sem dúvida marcou um mito em seu tempo e para o futuro.
100 veces Pappo: Las increíbles historias del último rocker argentino.
Este longo título corresponde ao nome do livro escrito por José Bellas e Fernando García.
O tema: a vida de Pappo retratada por meio de anedotas contadas pelo próprio Norberto Napolitano e por seu entorno. Todas elas confirmadas por quem conviveu de perto com o Rockeiro.
A história do livro começou a alguns anos. Estes dois jornalistas tinham como hobby juntar suas historias. Sua curiosidade se desatou “a partir de esse evento extraordinário que é a vida de Pappo, tudo que emanava e gerava com sua própria vida” conta Fernando.
A inquietação se fez livro quando representantes da editora Norma lhes pediram que escrevessem uma biografia de Pappo. Como sua vida não foi convencional, seu livro tampouco podia ser. Narrar cronologicamente os feitos que aconteceram ao artista teriam ficado muito de lado. A parte interessante, suculenta, teria ficado de fora. A originalidade se encontra ali, em que o livro é um rock & roll. Ambos os autores concordam em que “trata de emular o que foi Pappo. Quando nos pusemos a escrever o livro, dissemos que teria que ser como soava um solo de guitarra de Pappo, tinha que responder a essa métrica”.
As anedotas são simplesmente ele, São como ele, como foi sua vida. Algumas divertidas, outras quase mitológicas. García resume como era Pappo “Mais que politicamente incorreto, creio que Pappo era sensivelmente incorreto, porque era sensível a coisas que ao resto do ambiente crê que não deveria ser, como os motores, as milanesas. Se vos são sensíveis a poesia de uma flor esta tudo bem, pois se falas de um motor te olham atravessado”.
A história começou no colégio Comercial N° 12 de Villa Lugano, no sul da cidade de Buenos Aires, donde, entre um recreio e outro, três companheiros de colégio amadureciam a idéia de formar uma banda para passar o tempo.
“Sempre decidimos que quando tivéssemos uma banda íamos chamar de “Viejas Locas”, porque este apelido no final era divertido” conta Mauro Bonome, primeiro vocalista da banda.
A banda debutou em setembro de 1989 já com músicas próprias. Para juntar pessoas para esse primeiro show, eles mesmos saíram pela cidade a divulgá-lo. Conseguiram reunir 60 pessoas nessa noite e durante os anos seguintes fizeram várias apresentações semelhantes.
Apesar desse grande esforço, a banda se separou devido aos três fundadores (Mauro Bonome, Bachy e Diego Cattoni) terem se desinteressado e optado por outros caminhos para suas vidas. No entanto o guitarrista Pity não desanimou e incorporou novos integrantes para continuar, com sorte e mais algum tempo conseguiu juntar Pollo (bateria) Peri (harmônica), Juancho Carbone (sax) e Burbujas (teclado).
As letras são na maioria composições de Pity, que conta: “É natural para eu escrever as letras. É um flash, porque não posso programar de aconteçam. É algo que pinta, em mim. Estou dormindo e me ocorre uma letra, daí não levanto e por não levantar me já esqueci. Estas são simples, poucas comparações, nenhuma metáfora, são bem diretas, historias que as entendo rápido.”
A popularidade das Velhas Loucas cresceu graças ao boca a boca e a criatividade em grafites em spray e a uma nova estratégia publicitária, barata e efetiva: colar decalques nos ônibus da cidade. Também se apresentavam gratuitamente todos domingos no Parque Centenário.
Em 1996 lançaram seu primeiro álbum, intitulado “Viejas Locas”, de onde se destacam várias músicas com, “Intoxicado”, “Nena me Gustas Así” e o sucesso “Lo Artesanal”.
As apresentações se seguiam e a os seguidores da banda aumentavam cada vez mais. Até que em 1997 entraram em estúdio para gravar novas músicas e dar forma ao que seria “Hermanos de Sangre”, seu segundo trabalho. Esse disco apresentou grandes sucessos como “Perra” e “Aunque a Nadie Ya Le Importe” com lançamento de vídeo clipes dos mesmos.
Com “Hermanos de Sangre” a popularidade da banda aumentou mais a ponto de surgir a possibilidade de eles tocarem junto com os Rolling Stones, banda que juntamente com o Blues muito lhes influenciou, isso aconteceu quando os Stones voltaram a se apresentar em Buenos Aires. Viejas Locas participaram de quatro dos cinco shows que deram no River.
Então, antes de gravarem seu terceiro disco tiveram outro grande acontecimento que esperam todas grandes bandas de Rock Argentino, tocar em Obras grande festival Argentino. Ao show assistiram cerca de mais de 5000 pessoas. Além disso estrearam “Legalícenla”, música em favor da legalização da Marijuana que seria incluído no terceiro disco.
Em 1999 lançam “Especial”, do qual a música “Me Gustas Mucho” fez um grande sucesso ficando no topo das paradas de músicas Rock. O sucesso de “Me Gustas Mucho” lhes deu mais difusão, que permitiu realizar uma turnê pelo sul da Argentina e também a países limítrofes como o Paraguay.
No entanto, estando em pleno sucesso comercial, os integrantes não esqueceram de suas raízes humildes e mantiveram um baixo preço das entradas de seus shows pois diziam conhecer na pele os limites de seu público.
Em meados de 2000, Pity se retirou da banda e realizaram um ultimo recital em La Matanza, sem anunciar que este seria o último.
Desta dissolução surgiram três bandas, “Intoxicados” (com Pity, Abel, Peri e Burbujas), “Motor Loco” (banda de Fachi) e La Renga (banda de Pollo).
Em 2009, Cristian “Pity” Álvarez reapareceu no cenário musical depois de sua ausência para reabilitação. No mesmo ano a banda deu uma conferencia anunciando seu retorno e estariam preparando uma turnê por toda Argentina além de estarem trabalhando num novo disco.
Assim a ultima formação da banda ficou com: Pity (vocal e guitarra), Fachi (baixo), Abel (bateria), sendo esses os remanescentes da formação original, somados com Peluca (guitarra), da banda “Motor Loco” e Gabo(teclados) ex “Motor Loco” e atual “Hijos Del Oeste”.
Entonces hermanos, enquanto isso ficamos no aguardo deste novo material e saboreando todo Rock/Blues viceral das “Viejas”!
Certo dia o índio Don Juan, em sua casa no Deserto de Sonora no Mexico, disse para Carlos Castañeda:
“Um homem de conhecimento escolhe um caminho de coração e o segue; e depois olha e se regozija e ri; e então ele vê e sabe. Sabe que sua vida terminará muito depressa; sabe que ele, como todos os outros, não vai a parte alguma; sabe, por que vê, que nada é mais importante que qualquer outra coisa. Em outras palavras, um homem de conhecimento não tem honra, nem dignidade, nem família, nem nome, nem prática, mas apenas a vida a ser vivida, e , nessas circunstâncias, sua única ligação com seus semelhantes é sua loucura controlada. Assim, o homem de conhecimento se esforça, transpira e bufa; e, se olhar para ele, parece um homem comum, só que tem que a loucura de sua vida está controlada. Como nada é mais importante do que outra coisa qualquer, um homem de conhecimento escolhe qualquer ato e age como se lhe importasse. Sua loucura controlada o leva a dizer que o que ele faz importa e o faz agir como se importasse, e no entanto ele sabe que não é assim; de modo que, quando pratica seus atos, ele se retira em paz, e quer seus atos sejam bons ou maus, dêem certo ou não, isso não o afeta de todo.”
Trecho da obra Uma Estranha Realidade de Carlos Castañeda
